parte final
Líderes positivos e negativos
Existem diferenças entre maneiras pelas quais os
líderes focalizam a motivação das pessoas. Se o enfoque enfatiza recompensas –
econômicas ou outras – o líder usa a liderança positiva. Quanto melhor for a
educação do empregado, maior é a sua solicitação de independência, e outros
fatores trabalham a favor da motivação, mais dependente da liderança positiva.
Se a ênfase é colocada em penalidades, o líder está se utilizando da liderança
negativa. Este enfoque pode conseguir um desempenho aceitável em suas
situações, mas tem custos humanos altos. Líderes de estilo negativo agem de
forma a dominarem e serem superiores às pessoas. Para conseguirem que um
trabalho seja feito, eles submetem o seu pessoal a personalidades tais como
perda do emprego, reprimendas frente a outros e descontos de dias trabalhados.
Exibem sua autoridade a partir da falsa crença que podem amedrontar todos para
que atinjam a produtividade. Eles são mais chefes do que líderes. Existe um
contínuo de estilo de liderança que classifica desde o fortemente positivo até
o fortemente negativo. Quase todos os gerentes usam ambos os estilos indicados
em algum lugar do contínuo todos os dias, mas o estilo dominante deve
afirmar-se com o grupo. O estilo está relacionado com o modelo de comportamento
organizacional da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir o estilo
chamado de negativo, o modelo protetor é de alguma forma positivo; e os modelos
de apoio ou corporativo são claramente positivos. A liderança positiva
geralmente atinge níveis mais altos de satisfação no trabalho e desempenho.
Líderes autocráticos
O líder centraliza totalmente a autoridade e as
decisões. Os subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder
autocrático é dominador, emite ordens e espera obediência plena e cega dos
subordinados. Os grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram o maior
volume de trabalho produzido, com evidentes sinais de tensão, frustração e
agressividade. O líder é temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está
presente. A liderança autocrática enfatiza somente o líder. O líder autocrático
é tipicamente negativo, baseia suas ações em ameaças e punições: mas também
podem ser positivos, como foi demonstrado no caso de um autocrata benevolente
que faz escolhas para dar algumas recompensas a seus subordinados.
Algumas vantagens do estilo de liderança
autocrática é que ele geralmente satisfaz como líder, favorece decisões
rápidas, utiliza favoravelmente os subordinados menos competentes, oferecendo
segurança e base estruturais para os empregados. A maior desvantagem é que a
maioria dos subordinados não gosta desse estilo, especialmente se for usado de
maneira extrema a ponto de criar medo e frustração.
Na liderança autocrática, o líder centraliza o
poder e mantém o controle de tudo e de todos em suas mãos.
Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais
agressivo e briguento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia a ser
dirigida aos outros membros do grupo e não ao líder. Alguns indivíduos passaram
a depender completamente do líder e só trabalhavam quando ele estava presente.
Quando o líder se afastava do grupo, o trabalho não progredia com a mesma
intensidade. Nas frustrações, esses grupos tendem a se dissolver, através de
recriminações e acusações pessoais.
Líderes democráticos
Os líderes participativos ou democráticos
descentralizam a autoridade. As decisões participativas não são unilaterais,
como no caso do estilo autocrata, pois elas saem da consulta aos subordinados,
bem como de sua participação. O líder e seus subordinados atuam como uma
unidade social. Os empregados são informados sobre as condições que afetam seu
trabalho e encorajados a expressar suas idéias, bem como a fazer sugestões. A
tendência geral é no sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois
elas são consistentes com os modelos de apoio colegiado do comportamento organizacional.
O líder é extremamente comunicativo, encoraja a
participação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com o grupo.
O líder atua como um facilitador para orientar o grupo, ajudando-o na definição
dos problemas e nas soluções, coordenando atividades e sugerindo idéias. Os
grupos submetidos á liderança democrática apresentaram boa quantidade de
trabalho e qualidade surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de
satisfação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento das pessoas.
Na liderança democrática ou participativa, o líder
trabalha e toma decisões em conjunto com os subordinados, ouvindo, orientando e
impulsionando os membros.
Grupos com líder democrático. Os indivíduos
convivem amigavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às tarefas. As
relações com o chefe são mais espontâneas e livres. O trabalho progredia de
maneira suave e espontânea, mesmo quando o chefe está ausente. Sob frustrações,
originadas na situação de trabalho, responde o grupo através de
ataques
organizados às dificuldades.
Líderes liberais
Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder
e a responsabilidade. Eles dependem muito do grupo, quanto ao estabelecimento
dos seus próprios objetivos e resolução dos seus próprios problemas. São os
membros do grupo que treinam a si mesmos e promovem suas próprias motivações. O
líder tem apenas um papel secundário. Na liderança do tipo rédeas soltas a
contribuição do líder é ignorada aproximadamente da mesma forma que na
liderança do tipo autocrática o líder ignora o grupo. Essa forma de liderança
tende a permitir que diferentes unidades da organização elaborem objetivos
cruzados, e que pode degenerar num caos. Por essa razão normalmente não é usada
como um estilo dominante, mas mostra-se útil naquelas situações nas quais o
líder pode deixar as escolhas inteiramente por conta do grupo.
O líder permite total liberdade para a tomada de
decisões individuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado
pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. Os grupos
submetidos à liderança liberal não se saíram bem, nem quanto à quantidade nem
quanto à qualidade do trabalho, com fortes sinais de individualismo,
desagregação do grupo, insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder. O
líder é ignorado pelo grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo.
Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a
situação fluir à vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos acontecimentos.
Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia
desordenadamente e pouco. Embora houvesse considerável atividade, a maior parte
dela era improdutiva. Perdeu-se um tempo considerável em discussões e conversas
sobre assuntos meramente pessoais entre os componentes do grupo.
Um líder usa todos três tipos de estilos durante um
período de tempo, mas um deles tende a ser dominante. Os pesquisadores notaram
diferença na atmosfera de trabalho, no comportamento dos elementos do grupo e
nas realizações no desempenho dos três grupos.
Como um Líder Deve Agir
A gestão situacional é a habilidade de mudar a
situação, quando for necessário. E para realizar essa mudança, deve o líder ter
uma variedade de comportamentos para adaptar-se à situação. Esse fato chama-se
residência de estilo, que é a capacidade de manter um estilo adequado a cada
situação.
Já o repertório de estilos consiste na habilidade
do gerente (ou líder) em variar seu próprio estilo básico de comportamento.
Comportamento do líder
As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos
a observar duas estruturas gerais de comportamento do líder. Vejamos:
- Líder
orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa estrutura de comportamento, o
líder (gerente) dirige os seus esforços e o de seus subordinados para a
tarefa, visando iniciar, organizar e dirigir um trabalho.
- Líder
orientado para as relações interpessoais (OR). O gerente (líder) voltado
para essa orientação tem relações pessoais mais amplas no trabalho,
caracterizado por ouvir, confiar e encorajar.
Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro
combinações de estilos de liderança.
- Líder
separado: Esse estilo de liderança dá ao gerente baixa orientação para o
trabalho e pouca orientação para as relações humanas.
- Líder
relacionado: Tem apenas alta orientação para as relações humanas.
- Líder
integrado: Possui uma elevada orientação para o trabalho e também
interesses altos; é voltado para as relações humanas.
Boas vendas com qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
01. DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho: Uma Abordagem Psicológica. São Paulo: Pioneira, 1992.
02. BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. 1. ed. Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.
03. CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
matéria publicada no site gestaoenegocios.com.br